O bem e o mal nos coabitam. Somos seres cindidos e essa agonia dicotômica faz parte da gênese humana, enquanto elemento constitutivo da nossa subjetividade.
A ingenuidade perversa é caracterizada pela incapacidade da pessoa de enxergar o mal, a recusa em algum nível para admitir a presença da maldade e da corrupção a sua própria volta, no outro e até em si mesma. Em termos junguianos seria a negação sistemática do próprio lado sombrio da personalidade humana. Jung já afirmava em referência a essa parte sombria do inconsciente que as pessoas fariam de tudo, chegando aos limites do absurdo, para evitar reconhecer e enfrentar a sua própria sombra.
Acontece que essa ingenuidade ou incapacidade de ver o mal no outro ou em si mesmo mantém o ser num estágio primitivo ou infantil de seu desenvolvimento psicológico. Algo muito semelhante ao descrito no versículo bíblico que narra o desatino de Abraão oferecendo o próprio filho em sacrifício a sua ideia pervertida de deus. Ou ao arrependimento do físico J. Robert Oppenheimer por ter colocado tanto o seu conhecimento, quanto da nova física em ação para usar a energia nuclear em seu poderio mais aterrador, sombrio e destrutivo que acabou culminando nas milhares de mortes de Hiroshima e Nagasaki, fazendo com que seu nome entrasse para a história como o “pai da bomba atômica”.
Esse tipo de contradição da mente humana dividida tem gerado um modo primitivo e infantil de autotranscendência tão antigo quanto atual, levando a identificação com algum atrativo benemérito ilusório que, ao invés da integração a uma hierarquia saudável, leva a um retrocesso malevolente a uma hierarquia de dominação ou tiranizadora, visto que submissa a uma falsa ideia de deus, ou de líder, ou de governo, ou de causa social, ou de ciência, etc. Não importa o objeto simbólico, o mecanismo de autoengano das mentes vulneráveis tem sido o mesmo.
O ingênuo ou o bonzinho acaba se tornando um ajudante involuntário do mal que opera no mundo. Ele é um cúmplice involuntário da maldade. Essa também é a característica do traço histérico, ou melhor, é o próprio funcionamento do mecanismo histérico da mente humana. A opção pela mentira ou por uma promessa reconfortante, cômoda e que retira o fardo da autodeterminação e da responsabilidade colocando em seu lugar alguma ilusão agradável e que de preferência exima a pessoa de encarar seus medos, contradições e inaptidões, ou ter de crescer, confrontar-se e desenvolver maior maturidade existencial.
Na histeria, o indivíduo é levado pelo seu medo a acreditar não na sua própria experiência, mas numa voz, autoridade ou narrativa dominante, e que faz com que a pessoa seja mais facilmente dominada por sistemas opressores geridos por entes maldosos ou com traços de psicopatia. O psicopata é um ser muito primitivo afetivamente e que tem uma agressividade psicológica incomum, bem como, uma motivação obsessiva de controlar os outros que lhe dá uma convicção de persuasão arrebatadora, uma frieza que falsifica a segurança e lhe imputa um poder de mentira convincente, de manipulação ou de intimidação, seja no jeito de olhar e até na maneira de falar. Psicopatas fazem o outro acreditar neles e não nos seus próprios olhos ou na sua experiência íntima. Psicopatas precisam de poder para subjugar, se locupletar e autotranscender a si mesmos no intuito de compensarem seu sentimento de inferioridade. Histéricos, neuróticos e outros afins precisam agradar para se autotranscender e compensar seus sentimentos de inferioridade. A relação social que se estabelece aqui é algo como, predadores e presas. Ou, alegoricamente, de lobos tomando conta de um rebanho de ovelhas. Ou ainda, lobos em pele de cordeiro...
Nessa realidade histriônica torna-se normal a pessoa desprezar a incidência de qualquer traço de psicopatia em si mesma, simplificando sua complexidade psíquica, ou negar a existência de psicopatas no poder em decorrência do mecanismo de defesa psicossocial que sedimenta uma cortina de ferro na mente contra qualquer verdade reveladora contra um sistema fechado de crenças ou regime opressor. O censor interno da mente surge como replica do censor externo ou público, de modo que a pessoa desenvolve um tirano interior que pode se tornar tão ou até mais aterrorizador e duradouro contra si ou contra outros do que o censor externo.
Em outros termos, o histérico que apoia o psicopata involuntariamente tende a se autopersuadir de suas boas intenções a fim de não enxergar a sua própria metade malévola, insensível e inconsequente quanto aos danos que pode estar a causar aos outros devido a sua submissão. O histérico tal como o ingênuo não deseja ver nenhum vestígio da maldade que inevitavelmente coexiste enquanto polaridade na sua psique, muito embora o mal já esteja oculto nessa própria atitude prepotente defensiva e se estenda numa licenciosidade para o mal que revela uma identificação subliminar de suas próprias tendências malevolentes relegadas. Há certa pactuação no mal entre aquele que o pratica e aquele que o permite. E até mesmo algumas vítimas podem se deixar imolar por alguma culpa não reconhecida, se punindo para purgar algum mal inconsciente e até obter algum prazer mórbido nesse expurgo. Assim como ocorre em algumas relações de abuso, a pessoa abusada pode desenvolver certa simpatia pelo abusador e até uma identificação ou conivência com a relação abusiva, passando a defendê-la, seja por se sentir protegida ou habituada a ela, num duplo-padrão. Do mesmo modo, indivíduos ressentidos quando tomam o poder tendem a se tornar opressores, pois só desejam enxergar a nobreza de seus ideais e não a raiva que os move e se reflete nas consequências ruinosas de suas reivindicações, incoerências e ações. É muito frequente nesses casos observarmos também uma duplicidade, onde uns mais odeiam quem se opõe a eles do que amam verdadeiramente as causas que tanto dizem defender, embora não se apercebam disso, investindo nas aparências.
Então, como explicar essa ingenuidade perversa que leva as pessoas a viver uma normalidade patológica com a sua mente dividida? E sujeita a toda leva de racionalizações, pseudorraciocínios e autossugestões, conforme a pregação da moda, numa coordenação insuficiente entre seu arquicórtex e o neocórtex cerebral; falhando sempre em seu ensejo de pertencer que se manifesta como formas primitivas ou pervertidas de loucura coletiva, ou como laivo de delírio paranoico ou pensamento duplo... Como explicar isso?
Já se sabe na ciência que o cérebro tripartido do ser humano no seu lado antigo, primitivo, tanto reptiliano, quanto mamífero, não se comunica bem com o neocórtex, o lado novo. E essa correlação biológica está associada à cisão entre razão e emoção, a falha de coordenação entre as faculdades cognitivas e emocionais da mente que leva a razão a servir a uma fé dissociada que já levou multidões ensandecidas ao longo da história a seguir à loucura assassina de chefes tribais, reis e imperadores tiranos, passando pela igreja inquisidora e suas guerras santas, até o advento recente do século das luzes e da razão que até hoje segue disseminando suas crenças coletivistas em ideologias seculares como o fascismo, o nazismo, o marxismo-comunismo, chegando aos tempos atuais da tecnocracia pandêmica que é um misto pulverizado desses regimes e a nova doidice considerada novo normal. Ou seja, na verdade não passa da recauchutada mentalidade totalitária deslocada para a saúde e disfarçada de protocolos sanitários que funcionam como ardis bastante perniciosos que em sua tirania coletivista ignoram a multidimensionalidade da vida, a necessidade de interdisciplinaridade na aérea da saúde em geral e a múltipla organicidade do sistema imunitário de indivíduos singulares em suas distintas relações com a sua ambiência e meio social. Ou seja, o primitivo laivo de delírio paranoico agora ressurgido como biorreducionismo antiviral a fim de encobrir a eugenia pelo slogan de “salvar vidas” que promete o que não pode cumprir, enquanto destrói outras tantas vidas e tudo aquilo que ignora a fim de implementar uma ditatura higienista de controle social através de biotecnologias.
A pandemia é mais uma tragédia da revolução científica e da Era das Luzes. As guerras religiosas foram substituídas por guerras entre nações e agora por guerras ideológicas, e o laivo paranoico que já foi dito ser o parafuso frouxo em algum lugar da mente ou do cérebro humano, a cisão entre razão e fé, segue reeditando o complexo de Abraão, o sacrifício profano bizarro de seres humanos, seja a um deus ideia, ou a uma narrativa social genérica, ou a uma falácia de consenso cientifico ou a qualquer outra forma primitiva e infantil de autotranscedência, como na identificação ou inflação de ego com um grupo ou coletivo insano que fantasie seu ideal de bem comum para impor suas crenças e encobrir a sua perfídia.
Devido à mente cindida do ser humano, seu laivo esquizoide, ou consciência dividida e fragmentada, todo o avanço significativo da humanidade configura-se também como uma perigosa possibilidade de retrocesso, numa espécime de progressismo destrutivo. A sanguinolenta história civilizacional revela que isso é o que tende a ocorrer com sociedades escravas de suas próprias cizânias.
Portanto, agora do ponto de vista da ciência psicológica, devemos voltar a pergunta fundamental: o que nos divide? Por que não conseguimos superar essas atitudes patológicas contraditórias? Ou, o que nos torna e nos mantém doentiamente cindidos?
E a resposta no âmbito da psicologia profunda é: TRAUMAS PASSADOS.
A psicodinâmica a ser reportada é que quando sofremos um trauma, a parte emocional dolorida é reprimida para o inconsciente, para a sombra. E a outra parte mais racional que fica na luz, ou visível, cria um mecanismo de defesa ou crença de contenção para evitar o trauma e tirá-lo da própria vista. Há uma ruptura na nossa consciência. Ou seja, uma dissociação. E essa cisão perdura até que o trauma seja revisto, acessado ou elaborado; até que integremos essas partes sombrias, nos conciliando com o passado. Jung chamava essas “vozes internas” ou “eus passados” de o “lamento dos mortos” e dizia que a não ser que cheguemos a um termo com os nossos mortos, nos reconciliando com essas partes condoídas, nós não conseguiríamos superar esses traumas, seus complexos e suas sombras. De tal modo que permaneceríamos fixados, enrijecidos ou presos em algum enredo dramático ou trágico, tendendo a repetir padrões estereotipados de comportamento que levam a sofrimentos dinamizados entre extremos. E que tendem a se manifestar genericamente de modo pendular e compensatório entre gerações devido aos mecanismos de defesa da mente, tendo em vista que qualquer cizânia psíquica acaba sendo uma presença de passado transgeracional que não pode ser resolvida socialmente sem a reforma íntima do ser. Isso explica o fracasso dos reformadores sociais que estão sempre buscando vítimas a resgatar do passado para pregar a sua demagogia ou encobrir a sua corrupção no presente que vai perpetrar novas injustiças e garantir mais resgates futuros e assim sucessivamente.
Ou seja, a cisão mental sedimentada por traumas profundos não elaborados leva com muita frequência a razão humana a se colocar a serviço de ilusões sociais, seja de uma fé delusória, patológica ou malévola ou de uma intelectualidade tecnocentrada, frívola ou calculista, é questão de conjuntura e oportunidade. O fato é que essas razões são ausentes de amor e de sabedoria sobre leis sutis da vida que exigem um respectivo desenvolvimento de maior maturidade emocional, psicológica e espiritual. Ou seja, demandam a ampliação da autoconsciência do ser. Pois, o contrário que vem acontecendo é que a razão tem desempenhado na história um papel de criada obediente para as mais variadas e perversas crenças geradas pelo cérebro visceral, de modo que os traumas passados não resolvidos na dimensão psíquica levam a pessoa a uma leseira mental e cerebral que impede o seu processo humanizador em sua plenitude, ou até mesmo a efetivação sadia de seu próximo estágio evolutivo.
Por isso, as tradições, assim como a psicologia profunda, apontam para o individuo e a sua responsabilidade em se autoconhecer, se desenvolver como pessoa e educar-se nos múltiplos níveis de sua existência. Daí ser fundamental sistematizarmos pontes entre a psicologia e a tradição, pois mesmo na sociedade atual ainda observa-se uma psicologia ortodoxa que não se comunica bem com a espiritualidade, e uma espiritualidade diáfana que efetivamente não se comunica e até crê poder dispensar a psicologia.
A ignorância psicológica dos religiosos e a ignorância espiritual dos psicólogos gera uma dificuldade enorme de intercomunicação entre o domínio psicológico e o domínio religioso ou espiritual do ser humano, enquanto mais um sintoma da cisão entre a fé e o saber. Não há uma linguagem apreciada pelas partes, mas muito ruído de comunicação; embora haja toda uma fenomenologia de interação entre esses domínios. Com isso, os mitos e os arquétipos repetem-se nessas dimensões em suas polaridades sombrias já que uma psicologia e uma espiritualidade que se repelem fazem mais sombra uma para outra do que orientam e uma vez dissociadas não conseguem lidar com o dilema do mal.
No entanto, o que seria um demônio senão um ego absoluto? E o diabo que Jung caracterizou como a soma da maldade humana e que na etimologia do termo grego diabolos significaria nada mais, nada menos que aquilo que aparenta uma coisa, mas é outra? Ou seja, o mecanismo de defesa típico da mente humana que leva a mentira, a ilusão e ao autoengano para não encarar seu próprio complexo de inferioridade... E quanto a Lúcifer, o anjo rebelde que expressa nada menos que a mentalidade ressentida ou revolucionária, vingativa e autopersuasiva que se convence de seu direito a um reino próprio à custa dos outros? E que ainda hoje é o padrão mental, a política de vida diária e a utopia de muita gente...
Enquanto isso, o ser humano encontra-se bloqueado em suas emoções atadas a traumas psíquicos que lhe impõem um véu sobre a sua percepção, tanto num nível subliminar, quanto profundo, e qualquer psicologia que ignore isso, predispõe-se a ficar no raso, do mesmo modo que toda e qualquer religiosidade ou espiritualidade que aspire apenas os planos celestiais e elevados, ou não duais, negligenciando os subplanos da consciência, onde esses dramas estão registrados, tende a ricochetear de volta para baixo os seus adeptos, pois mesmo as causas mais nobres também podem iludir. Esperar pelo céu ou aspirar iluminação enquanto traz o inferno a terra vem sendo a contradição religiosa e espiritual de muitos adeptos do ocidente ao oriente.
É inútil querer fugir do acerto de contas com a própria consciência, de encarar a sombra que nos espreita e a verdade das emoções que nos afligem, tanto quanto, é improvável uma libertação que nos exima de buscar também o silêncio interior, a contemplação ou a quietude. É preciso conciliar o ser e o não ser, a ação e não ação, o condicionado e o incondicionado, pois o pecado original é a dissociação, a ocasionar uma divisão e fragmentação existencial geradora de infindáveis padrões de medo, ódio e culpa; estertores dos mais variados ritos sociais de autopunição e sacrifício profano, através dos quais os totalitarismos e os falsos líderes e sacerdotes intelectuais ou ideólogos da moda de todas as épocas têm se locupletado através de nós, guiando-nos ao abismo, na mesma medida de nossa desatenção, tendência à ilusão e aversão a encarar a própria sombra, também espelhada por eles, mas reafirmada pela escolha ou pela postura de cada um de nós. Ou seja, graças a nossa voluntariedade.
No plano psíquico das emoções e sentimentos, devemos estar cientes de que a “culpa” advinda da moral pode até civilizar, mas só o amor humaniza. Já o desejo nefasto de desonerar certas culpas pelo relativismo moral e intelectual, nada mais é do que pregar o progressismo das sombras, o retrocesso civilizatório e o retorno à barbárie.
A evidência clínica das regressões mostra que ao longo da história a culpa tem cumprido uma onerosa função de transição civilizatória nas sociedades humanas. Daí a importância da tradição, das religiões organizadas, das leis e regramentos sociais. Ou seja, de tudo aquilo que se coloca sempre a serviço da contenção moral dos animalismos, ou das bestas feras escondidas nos abismos e subplanos do ser, do lado atávico primitivo, visceral e instintivo da humanidade, o infra-humano. E também biologicamente retratado pelo arquicórtex, o cérebro antigo, reptiliano e mamífero em seus entreveros e choques civilizadores com o neocórtex humano que segue sendo o órgão que a humanidade não consegue utilizar a contento.
Afinal, as doutrinas e instituições podem cumprir uma função moral exterior de envernizar civilizatório, ou também ao contrário, provocar a derrocada de uma sociedade pela sua massificação, de modo que preferível mesmo é que cada um pudesse assumir a sua própria responsabilidade em buscar por abordagens humanizadoras que cumpram uma função educativa interior que motive desde dentro, do fundo da alma, pelo desejo sincero em aprender a aprender, pela escolha íntima de ampliar a própria consciência e evoluir, e que nos possibilite o desenvolvimento de uma inteligência sensível, sutil e afetiva, integrada ao intelecto. Uma consciência ampliada capaz de nos ajudar a superar as culpas, os medos, os ressentimentos – ou seja, os bloqueios e as sombras – para então nos humanizar no sentido pleno dessa expressão, em detrimento a frieza típica dos corações endurecidos e das mentes estereotipadas, autojustificados pela dominância do controle compulsivo, exteriorizado nos excessos e nas faltas da mente dissociativa, cindida.
Dirigimos nossos esforços então, rumo a uma inteligência coração-intelecto, que nos guie, nos guarde e nos proteja nesse momento de transição planetária, alicerçando a nossa caminhada evolutiva de luta, superação e libertação do sofrimento, que em suas exigências transcendentes e imanentes, nos convoca tanto ao silêncio contemplativo, quanto ao enfrentamento da gênese pretérita dos comportamentos erráticos geradores de culpa e outros complexos, reconhecendo assim esses padrões, para então trazê-los à luz de uma consciência presente.
É preciso redimir o Abraão dentro de nós, superar a ingenuidade perversa e reconhecer o mal insertado na linhagem ancestral arquetípica que carregamos em nossas cizânias para então nos curar desses traumas e transfigurá-los.
É preciso ir além do adulto cindido que no plano emocional não consegue crescer, pois carrega a sua criança ferida e birrenta que não sabe ser contrariada, mas sabe muito bem se fazer de vitima melindrosa para avantajar-se, bem como, é ligeira para estragar seu entorno na sua revolta. Por detrás do infante pirracento dentro de cada ser há figuras de sombra feito tiranos da caldeirinha apegadíssimos aos seus territórios, devaneios e tronos de poder fictício; marotos senhores das moscas... Tirá-los das sombras e trazê-los à LUZ de uma consciência restauradora é tarefa intransferível para o retorno de cada filho pródigo ao seu Lar Maior, num regresso em que essas partes ressentidas, medrosas ou culpadas, exauridas de seu sofrer, e com o orgulho aplacado, finalmente encontram o abrigo seguro da misericórdia divina pela regeneração de seus atos. Logo, descobrindo que "não há lugar para a inferioridade do retornado, porquanto o amor a todos iguala, dando-lhes oportunidade de crescimento e de iluminação", como bem dizia Joanna de Angelis através de Divaldo Franco.
O amor é a energia restauradora de nossa ordem interna mais elevada e que pode unir a luz e a sombra que constelamos em nosso interior/exterior, bem como, integrar a razão e o coração que historicamente divorciados têm convertido muitos em ingênuos perversos, presos em suas crianças feridas e em suas contrapartes de adultos tiranetes, que não cessam de se juntar as hordas da antipessoa e das sombras vorazes assoladoras de mundos. E que seguidamente quando confrontadas no íntimo de cada ser podem vir a ser iluminadas, redimidas e depuradas pelo bálsamo do amor genuíno que amplifica consciências.
A cura desse mal ancestral está, portanto, em superar essa recusa em escutar o próprio interior, acolhendo o nosso lado sombrio, exercitando também o sentir, o intuir, o silenciar e o imaginário simbólico que nos permite recordar quem somos em essência e aceitar o desafio de despertar e evoluir como seres humanos autoconscientes da necessidade de busca pelo aprimoramento pessoal e interpessoal através, e principalmente, do “autoconhecimento”. Enfim, de tudo aquilo que praticado com coragem e entusiasmo nos edifica e dignifica em nossos caminhos de retificação e liberação espiritual.
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